O tema é avaliado no estudo inédito Consequências da Violação do Direito à Educação, parceria entre Fundação Roberto Marinho e Insper, que foi lançado no dia 14/07/2020. Para tanto, o estudo utilizou-se da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e do IBGE, de 1992 a 2018 também da OMS – Organização Mundial da Saúde.

Se esse foi um dos motivos que levou a adiar seus estudos, aposto que nunca parou para pensar o quanto deixou de receber por não terminar sua formação básica. Conforme nossa vida avança, a formação incompleta deve se traduzir em salários mais baixos, pior qualidade de vida e maior exposição à violência. Em seu conjunto, os efeitos dão forma a cifras expressivas.
Foram considerados como parâmetros que o indivíduo exercerá alguma forma de trabalho até os 69 anos –o ciclo de vida produtiva– e que haverá um aumento natural de renda de 1% ao ano devido ao crescimento econômico do país.
O exercício demonstrou que um jovem de 16 anos com educação básica deve acumular, em média, um rendimento de R$ 427,5 mil ao longo de sua vida inteira. Não concluir essa etapa educacional, no entanto, reduz a projeção para R$ 268,5 mil, pois a escolaridade mais baixa encurta em 10% o tempo total de ocupação durante o ciclo de vida produtiva e achata o salário de 20% a 25%.
A diferença desses valores deriva o prejuízo de remuneração média de parar os estudos mais cedo: R$ 159 mil.
Veja essa faixa cinza acima. Será sua renda perdida ao não concluir o ensino médio. Valor esse que deixaria sua vida mais confortável, ou até mesmo poderia comprar um imóvel com esse valor.
Não completar o ensino básico tem ainda repercussões na economia do país.
Os pesquisadores examinaram como a perda de escolaridade impacta o PIB per capita, ou seja, a média por pessoa do valor total da produção de bens e serviços finais de uma nação no intervalo de um ano. Para o Brasil, estima-se que o acréscimo de um ano de escolaridade para toda a população elevaria o PIB per capita em cerca de 10%.
Assim, quando um indivíduo estuda mais, ocorre uma expansão de renda que não é apropriada só por ele, e sim por toda a sociedade.
Com isso, compararam-se os valores de remuneração média com dados a respeito dos efeitos da escolaridade no PIB. Resultado: um jovem sem o ciclo básico completo significa a supressão total, ao longo de sua vida, de R$ 54 mil do PIB do país. Veja mais AQUI

Mais referências: Retorno às aulas presenciais sem recuperar conteúdo custaria o equivalente a 23% do PIB